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Empresários investem R$ 3,5 bilhões em Polo Multimodal no Pecém

Atualizado: 24 de mai. de 2019

| Cidade inteligente | O empreendimento imobiliário e logístico deve atrair empresas que sirvam à vocação do Porto do Pecém


Por Samuel Pimentel


A construção do Polo Multimodal do Pecém, nas margens da BR-222, próximo à entrada do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), tem projeção de 50 mil empregos diretos e indiretos em 30 anos. O investimento privado é de alegados R$ 3,5 bilhões. A previsão de início da captação de parceiros na primeira fase para 2020 é de inicialmente construir 100 hectares do total de 2000. As obras devem começar no último trimestre deste.


O aporte inicial de R$ 70 milhões em terrenos foi realizado pelos sócios italianos Massimiliano Camozza e Sebastiano Di Ruocco, além do cearense Chrisanto Lima, há 10 anos. Em 2015, iniciaram projeto para atender empreendimentos dos segmentos logístico, industrial e comercial com a construção de galpões e prédios para assessoria de gestão das empresas. Ainda há plano de 20 mil habitações para abrigar quem trabalhar no espaço.


O negócio, com base imobiliária e logística, é, para o Secretário do Desenvolvimento Econômico de São Gonçalo do Amarante, Victor Samuel, uma iniciativa importante na terceira fase do Porto do Pecém. Isso pela proposta de se interligar a modais: rodoviária, pela BR-222; ferroviária, com a Transnordestina (hoje com obras paradas); e aérea, com aeródromo licenciado, além do próprio porto. 


Integrante do projeto do Porto do Pecém desde o início, em 1995, quando fazia parte da equipe da então Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), ele vê o projeto como positivo para os moradores das cidades ao entorno, que sofreram com a crise econômica e seca nos últimos anos. "O certo é que o projeto dá ao investidor uma opção viável de ter um local onde instalar sua indústria e à reboque, tem a logística, serviços", diz.


CEO do Polo, Sebastiano destaca a região do Pecém como ponto estratégico para a logística mundial, depois que foi realizada a ampliação do Canal do Panamá, permitindo embarcações cargueiras de grande porte.


Foram três anos projetando o polo multimodal, envolvendo universidades italiana e marroquina, além da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde é promovida uma pesquisa em inovação. O Polo Multimodal do Pecém é considerado uma smart chain city (cidade de cadeia inteligente), modelo que forma um ecossistema pensado a utilizar energia sustentável e tecnologia nos processos.


Economista e profissional de Mercado Exterior, Eufrasina Campelo destaca a preocupação com a sustentabilidade nos processos. Mas pondera que projetos semelhantes a este, em outros estados, esvaíram-se com a perda de fôlego da indústria local. 


Atividades empresariais parecidas no Espírito Santo, próximo ao Porto de Tubarão, e em Minas Gerais, próximo à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), "depois de projetos fracassados se tornaram em cidades fantasmas". "Enquanto as atividades industriais do Cipp estiverem em alta no mercado, sem dúvidas que o investimento vai ser rentável", avalia.


* Matéria corrigida nesta sexta-feira, 17, às 10h30min



Captação de recursos é feita por criptomoedas


Com tecnologia blockchain

O período de recessão econômica no Brasil durante o início do desenvolvimento do projeto do Polo Multimodal do Pecém, fez com que a tecnologia fosse a saída para conseguir aportes de investidores. Os empresários buscam apoios econômicos por meio de criptomoedas e financiamento coletivo.


O economista Alcântara Macedo conheceu o projeto e diz que a iniciativa encontrou dificuldade na captação de investimentos nos fundos tradicionais, pois eles estão evitando financiar obras do tipo.


"É um projeto ambicioso. A busca por investidores é difícil, porque na situação do Brasil, neste setor, não há apetite dos investidores neste momento", analisa o economista, acrescentando que é uma "iniciativa importante", mas que possibilidade de valorização do espaço nos próximos anos é alta.


A solução dos empresários foi utilizar criptomoeda por meio do sistema blockchain. A tecnologia é constituída por uma base de dados descentralizada e que oferece segurança e transparência para validar as transações realizadas no ambiente digital. Assim, toda informação nova precisa estar ligada a uma antiga e que já foi certificada. A cidade terá o Polo TokenCoin para transações no local.


A busca é pela democratização dos investimentos, que não se limita por "burocracias" do sistema financeiro tradicional, aponta o consultor jurídico do Polo, André Pinheiro. A captação será realizada na Suíça a partir de junho com a formação de uma holding com ações da empresa no Brasil, conta. Lá, uma aceleradora de blockchain cuida das ofertas privadas em security token (valores mobiliários no criptomercado).


O CEO do Polo Multimodal, Sebastiano Di Ruocco, acrescenta que o plano de negócios prevê liquidez para os portadores dos tokens (título mobiliário codificado). Com crescimento de valor na medida em que mais empresas se instalem no espaço, ganhos de 17% ao ano sem contar a inflação são esperados. O lastro é baseado na propriedade de 2000 hectares do Polo Multimodal. "No primeiro trimestre de 2020, realizaremos a oferta pública na bolsa de valores suíça. Entre 36 e 60 meses esperamos captar e investir no Pecém 50 milhões de dólares", diz o CEO.




Perfil dos sócios


Sebastiano Di Ruocco

Italiano de nascimento, é empresário do setor imobiliário desde 2002. Na Itália, foi associado ao grupo Pirelli Real Estate e tem negócios no Brasil desde 2008, com o Grupo Frente Mar Imóveis no ramo de incorporação e intermediação imobiliária para investidores europeus, e é sócio em outras empresas.


Massimiliano Camozza

Natural de Milão, na Itália, o empresário e engenheiro de produção, graduado na Universidade Politécnica de Milão, desde 1996 atua em cargos de gestão de logística de multinacionais como Ferrero, Siemens e Techint. Chegou ao Brasil em 2007 para desenvolver negócios imobiliários.


Chrisanto Lima

Natural da Cidade de Fortaleza (Brasil), empresário do setor imobiliário desde de 2000 e especialista em investimentos internacionais, acumula cargo societário na Terra à Vista Consultoria Imobiliária Ltda. e, Invista Imóveis, empresas especializadas em prospecção e criação de negócios imobiliários no segmento urbano residencial e loteamentos.




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